As psicoterapias baseiam-se na teoria humanista que surgiu no final da década de 1960, nos Estados Unidos. Entre as mais conhecidas estão a psicoterapia Centrada na Pessoa e a Gestalterapia.
A teoria humanista enfatiza a existência natural e inerente
à natureza humana da busca pelo crescimento e pela autorealização. Apesar de a herança genética e o condicionamento proporcionado pelo ambiente representar restrições e limites, para a abordagem humanista as pessoa tem livre arbítrio sobre suas escolhas na vida e essa liberdade de escolhas implica em que a pessoa arque com as conseqüências dessas escolhas, sejam elas negativas ou positivas. Assim sendo, os transtornos psicológicos surgem quando pessoas que nos são significativas e amadas nos “impedem” de realizar nossos objetivos. A pessoa passa a aceitar cegamente o julgamento de outros em lugar daqueles constituídos por ele mesmo a partir de suas experiências. O conflito entre a auto-imagem e as criticas externas negativas acabam por causar angústia, ansiedade e infelicidade. Quando isso ocorre, a pessoa nega a importância de suas necessidades e desejos e como conseqüência o seu potencial de crescimento será reduzido.
Cabe a psicoterapia humanista criar um ambiente psicoterapêutico que permita ao cliente aprender como se conduzir para atingir a autorealização sem prejudicar seus relacionamentos pessoais mais significativos. Também é sua tarefa ajudar a remover barreiras que limitem a expressão dessa tendência positiva natural à autorealização. Neste sentido, o cliente é estimulado a entrar em contato com seu autêntico “eu” e a fazer escolhas mais ponderadas em relação ao que quer ser e ao que espera da vida. Fazendo essas escolhas, o cliente tem que estar preparado para arcar com as conseqüências imposta pelos outros e por ela mesma.
O psicoterapeuta humanista procura ampliar a consciência do cliente sobre si, sobre o ambiente e pessoas que o cercam. Ao contrario da psicanálise, na psicoterapia humanista a ênfase recai sobre o que o cliente está vivenciando na atualidade. O psicoterapeuta humanista não interpreta e nem tenta modificar o comportamento do cliente. É seu papel facilitar a exploração das próprias necessidades, sentimentos e pensamentos, auxiliando-o na busca de suas próprias soluções. Baseia-se no pressuposto de que cada individuo é o maior especialista sobre si mesmo e de que as pessoas são capazes de descobrir as próprias soluções para seus problemas. Seu objetivo é promover o crescimento psicológico do individuo.
Rogers introduziu a psicoterapia centrada na pessoa na década de 1940.
Uma das técnicas utilizadas pelos psicoterapeutas humanistas é o “espelhamento” do discurso do cliente, onde ele deve repetir aquilo que o cliente diz sobre suas necessidades e emoções de maneira reformulada com o objetivo de que ele ouça a si próprio.
A postura do psicoterapeuta implica em reconhecer, aceitar e esclarecer os sentimentos de um cliente, numa atmosfera de aceitação incondicional, sem julgamento. O psicoterapeuta, com essa postura, tenta ver e sentir os problemas tal como o cliente percebe e vivencia. o que visa facilitar com que o cliente aceite a si mesmo.
Empatia é a capacidade de compreender os sentimentos que estão sendo expressos, tendo em vista o referencial do próprio cliente (“colocando-se em sua pele”) e a habilidade de comunicar essa compreensão para ele. Quando se adota o referencial do cliente, o psicoterapeuta está tentando ver e sentir os problemas tal como o cliente os percebe e vivência. O resultado da postura empática é que a pessoa se sente de fato compreendida e aceita pelo outro.
Um psicoterapeuta autêntico é aberto e honesto e não desempenha um papel ou atua por trás de uma fachada profissional. O psicoterapeuta permite que seus próprios sentimentos e pensamentos sejam transparentes ao cliente.
A psicoterapia centrada no cliente apresenta algumas limitações. Ela aparenta ter êxito somente com indivíduos que tenham fluência verbal e estejam motivados a discutirem o problema
Bibliografia
ATKINSON, R.L.; ATKINSON, C.A.; SMITH, E.E.; BEM, D.J; NOLEN- HOEKSEMA, S. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13ª Ed. Porto Alegre: Artes Medicas, 2002, 790p.
GERRING, R. J. ; ZIMBARDO, P. O. A psicologia e a vida. 16a ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005.
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