- Platão acreditava que este mundo em que vivemos não passa de uma cópia imperfeita de um outro mundo perfeito que ele chamava de mundo das idéias. Aqui no mundo das aparências permanecemos presos às ilusões, às imagens, às opiniões, às falsas promessas, portanto, a tudo que aprisiona o indivíduo no erro. Através do mito da caverna ele ressalta o papel da filosofia de libertar o ser humano desses grilhões que o aprisionam, trazendo-o para a luz da verdade. Para Platão, o conhecimento da verdade proporcionado pela filosofia nos transporta do mundo das aparências para o mundo das idéias; da caverna para a liberdade; da alienação para a consciência; da morte para a vida.
- No filme A ilha encontramos o mesmo tipo de abordagem. Um grupo de “pessoas” está preso em um mundo subterrâneo aguardando ser escolhido para viver em uma ilha onde a vida estaria segura de qualquer ameaça. No entanto, tudo não passa de uma ilusão, de um engano, pois na verdade o destino de suas vidas é outro. Até que aparece alguém que, assumindo o papel de filósofo, duvida, questiona, debate e busca a verdade. Esses gestos desmascaram a falsidade e trazem à tona a verdade, e com ela a liberdade.
- Já no filme Matrix a grande batalha consiste em libertar as pessoas de um mundo virtual fantasioso e ilusório. Mas a temática principal também é a transição de uma realidade falsificada para uma realidade verdadeira e plena. E essa passagem é realizada através do conhecimento da verdade – “conhece-te a ti mesmo”. No filme, um dos personagens é visto como o escolhido para realizar esta missão libertadora; mas tudo depende da sua escolha e da sua disponibilidade para enfrentar os desafios e os altos preços desta tarefa. Em Platão o filósofo também paga um preço muito caro por defender a verdade e anunciá-la para os outros. É por isso que muitos o renegam e preferem permanecer na escuridão da caverna.
Referência
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