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sábado, 5 de maio de 2012

(Geografia) Resultados do Censo 2010

  • O IBGE colocou à disposição do público os resultados do Censo 2010. 
  • O Censo de 2010 é um levantamento (recenseamento) de natureza demográfica e social, destinado a recolher informações as mais diversas sobre as características básicas da população que compõe o país. Entre as informações recolhidas e computadas estão o número de homens, entre o total da população, o número de crianças, mulheres, ou ainda o número de indivíduos em suas diferentes faixas etárias (relativo à idade), ou mesmo a aferição do número de habitantes empregados ou aposentados, indivíduos de classes ricas, médias e pobres.

Censo 2010 declara que os negros e pardos juntos são a maioria da população brasileira
  • Os negros são a maioria da população brasileira, de acordo com os dados do Censo do IBGE, divulgado oficialmente nesta sexta-feira: 96,7 milhões – o equivalente a 50,7% da população -, contra 91 milhões de brancos (47,7%), 2 milhões de amarelos (1,1%) e 817,9 mil indígenas (0,4%). No total somos 190.755.799 milhões de habitantes. 
  • É a primeira vez na história do Brasil desde 1.872, quando quando aconteceu o primeiro Censo da População - e depois de mais de um século de políticas de branqueamento -, que a população negra é oficialmente declarada majoritária. Até então, apenas a última Pesquina Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), do próprio IBGE, tinha constatado que 51,3% da população é preta e parda.
  • O IBGE utiliza cinco classificações: preto, pardo (negro), amarelo, branco e indígena e o critério é autodeclaratório. Em 1.872, a população brasileira era de 9.930.478 milhões – 60% negra.
  • Segundo o economista Marcelo Paixão, da UFRJ, e coordenador do Relatório Anual das Desigualdades Raciais - 2009/2010, o Censo de 1990 constava a população branca como minoria, mas incluía outros critérios classificatórios como o caboclo. Desde 1950, a pergunta cor ou raça não é feita a cada brasileiro, lembra Paixão. “Foi a primeira vez que essa pergunta foi feita rigorosamente aos 190 milhões de brasileiros”, afirmou. 
Crescimento da autoestima
  • O Censo mostrou que pela primeira vez, o percentual de pessoas que se declararam brancas, caiu abaixo da metade: eram 53,7% no Censo de 2000, contra 47,7% agora. No Censo anterior os pretos e pardos correspondiam a 44,66%.
  • Segundo pesquisadores, o aumento do número de pessoas auto-declaradas pretas e pardas, deve-se ao fato de as pessoas estarem se assumindo sua verdadeira identidade étnico-racial e ao sentimento crescente de autoestima.
Indígenas
  • O Censo IBGE 2010, ao lado do decréscimo da população autodeclarada branca, mostra que os origientais correspondem a uma população de 2 milhões de habitantes (1,1%) e já ultrapassaram os 817,9 mil indígenas.
  • Em 1.500, quando foi descoberto o Brasil, segundo historiadores, tinha uma população de cerca de 6 milhões de indígenas, de mil Nações diferentes. A disseminação de doenças, a invasão e a expulsão de suas terras, reduziu essas populações a menos de 1 milhão de habitantes, porém, eles ainda constituem cerca de 200 Nações distintas espalhadas, em especial, pelas regiões Norte e Centro-Oeste. 
Imigrantes

É cada vez maior o numero de imigrantes no Brasil
  • Número de imigrantes cresceu 86,7% em dez anos no Brasil, diz IBGE 286.468 imigrantes vindos de outros países viviam no país há 5 anos, em 2010. Em 2000, 143.644 estrangeiros estavam na mesma situação.
  • O Censo Demográfico 2010 registou 286.468 imigrantes que, vindos de outros países, viviam no Brasil há pelo menos cinco anos e em residência fixa. O número foi 86,7% maior do que o encontrado pelo Censo Demográfico 2000, quando foram registrados 143.644 imigrantes na mesma situação. Os dados do Censo Demográfico 2010 foram divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
  • São Paulo, Paraná e Minas Gerais, juntos, receberam mais da metade dos imigrantes internacionais, seguidas de Rio de Janeiro e Goiás. Os principais países de origem dos imigrantes, segundo o Censo de 2010, são Estados Unidos (51.933), Japão (41.417), Paraguai (24.666), Portugal (21.376) e Bolívia (15.753).
  • O recorte da pesquisa também mostra dados sobre deficiências, migração, nupcialidade, fecundidade e mortalidade infantil, educação, trabalho, rendimento, tipos de domicílios e deslocamento. (leia mais abaixo)
Migração de retorno
 
  • O levantamento aponta que os migrantes de retorno, que voltam aos seus estados de origem, somaram mais de 1,1 milhão de pessoas entre 1995 e 2000. No período de 2005 a 2010 foi registrado um total de 1,2 milhão de migrantes. Os estados do Norte tiveram aumento na proporção de retorno, com exceção do Acre, que manteve praticamente no mesmo patamar na taxa de 21% entre 1995 e 2000 e 20% entre 2005 e 2010.
  • Rondônia passou de 7,4% de 1995 a 2000 para 13,1% entre 2005 e 2010. Roraima registrou 2,1%, entre 1995 e 2000, para 8% entre 2005 e 2010.
  • Os estados do Nordeste, tanto em 2000 quanto em 2010, apresentaram as maiores proporções de retornados, passando de 40% do total de imigrantes na maioria de seus estados, com exceção do Rio Grande do Norte e Sergipe.
  • No Sudeste, Minas Gerais e Espírito Santo tiveram redução na proporção de retornados, que permaneceram acima dos 30% em 2000 e em 2010.
  • Em São Paulo houve aumento de retornados, nos períodos de 1995 a 2000 e de 2005 a 2010, com registro de 9,6% e 18,9% do total de imigrantes, respectivamente. O Rio de Janeiro apresentou uma proporção de retornados de 15,6% e de 20,3%, respectivamente.
  • No Sul, Paraná e Rio Grande do Sul apresentaram altas proporções de migração de retorno, passando dos 30% nos dois períodos.
  • No Centro-Oeste foi registrado pelo IBGE o aumento dos retornados em todos os estados, principalmente no Mato Grosso e no Distrito Federal.
Nupcialidade
  • A proporção de pessoas divorciadas quase dobrou entre 2000 e 2010, passando de 1,7% para 3,1%. Na comparação nacional, Rio de Janeiro (4,1%), Mato Grosso (4,1%) e Distrito Federal (4,2%) apresentam os maiores valores deste indicador. Maranhão tem o menor, com 1,2% de divorciados em 2010.
  • Os dados separados por estado mostram que, em Rondônia, o número de pessoas que, após um período de união conjugal, já não viviam mais nessa situação aumentou 33%. Em Mato Grosso, o crescimento foi de 31%. O Rio de Janeiro teve índice de 17,5% de pessoas que passaram por dissolução do casamento. Por outro lado, o levantamento identificou redução na proporção de pessoas que nunca se casaram, passando de 38,6% para 35,4%.
  • Segundo o IBGE, na última década, dados da pesquisa do Registro Civil apontaram um aumento do número de divórcios no país, principalmente a partir de 2007, quando essas medidas puderam ser feitas por vias administrativas nos Tabelionatos de Notas. A partir de 2010 foi possível requerer a dissolução do casamento a qualquer tempo, seja o divórcio de natureza consensual ou litigiosa.
  • No país, 36,4% das pessoas declararam viver em união consensual em 2010. O número é maior do que o registrado em 2000, quando 28,6% da população estava nesta situação.
Fecundidade

  • A taxa de fecundidade total no país, de acordo com o Censo Demográfico 2010, era de 2,38 filhos por mulher, em 2000, e passou a a 1,90 filho por mulher. A queda na década é de 20,1%.
Mortalidade infantil
  • A taxa de mortalidade infantil obtida por método indireto com as informações do Censo Demográfico 2010 foi de 15,6‰, o que representa 15,6 óbitos de crianças menores de 1 ano para cada 1.000 nascidos vivos.
  • Segundo o IBGE, a fonte de dados natural para o cálculo deste indicador deveria ser o registro de nascimentos e óbitos, de acordo com as Estatísticas do Registro Civil ou pelo Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc). No entanto, o instituto considerou que os dados fornecidos pelas duas fontes ainda possuem limitações de cobertura nos estados, especialmente no Norte e Nordeste.
Educação
  • Os resultados do Censo Demográfico 2010 mostraram que 3,1% das pessoas entre 7 e 14 anos de idade não frequentavam escola no país. Entre as crianças a partir de 6 anos (idade definida para iniciar o ensino fundamental com duração de nove anos) o percentual de pessoas que não frequentavam escola até os 14 anos foi de 3,3%.
  • Cerca de 966 mil crianças e adolescentes (6 a 14 anos de idade) não frequentavam escola em 2010.
Trabalho
  • Entre a população economicamente ativa no país, com 15 anos ou mais de idade (faixa etária utilizada para muitos enfoques internacionais), a taxa de atividade alcançou 3,7% em 2010. Os valores subiram nas regiões Sul (69%) e Centro-Oeste (68,5%). Os mais baixos ficaram nas regiões Nordeste (58,1%) e Norte (61,2%). A região Sudeste ficou com (65%).
  • Em 2010, a taxa de atividade desta faixa etária alcançou 71% no Distrito Federal e 71,6% em Santa Catarina. O outro extremo foi registrado no Maranhão (55,4%) e em Alagoas (55,5%).
Rendimento
  • Apenas 0,9% da população brasileira ganhava mais de 20 salários mínimos de rendimento mensal em 2010. A parcela sem rendimento foi de 6,6% e a das com remuneração de até um salário mínimo foi de 32,7%. As pessoas que ganhavam mais de dez salários mínimos mensais chegou a 3,1% da população ocupada.
  • O rendimento médio mensal de todos os trabalhos das pessoas ocupadas no país teve crescimento real de 5,5%, de 2000 para 2010. O incremento no rendimento das mulheres foi de 13,5% maior do que no dos homens, que chegou a 4,1% na década.
Deslocamento
  • Do total de 59,6 milhões de pessoas que frequentavam escola ou creche, 55,2 milhões (92,7%) estudavam no próprio município de residência. No Sudeste esse deslocamento foi de dois milhões (8,5%) de estudantes, sendo que a maioria estava em São Paulo (1,1 milhão de pessoas), o que representa 57% da região.
  • Em Minas Gerais e no Rio de Janeiro também foi elevado o número de pessoas em deslocamento para outro município para estudar, com 432 mil e 334 mil, respectivamente.
  • No Nordeste, o deslocamento para outro município chegou a 1,1 milhão de estudantes. A situação foi pior na Bahia e em Pernambuco, com 236 mil e 224 mil pessoas, respectivamente.
  • No Sul, 709 mil estudantes precisavam de deslocamento. No Rio Grande do Sul, 284 mil estudavam fora de seu município de residência.
  • No Centro-Oeste, Goiás se destacava pelo deslocamento de 165 mil pessoas que estudavam em outro município. No Norte, o deslocamento para estudo foi maior no Pará, com 110 mil estudantes saindo para outra cidade.
Domicílios
  • Em 2010, 97,8% dos domicílios no Brasil tinham as paredes externas construídas com algum tipo de material durável, como alvenaria com revestimento (80%).
  • No Sudeste, a maior incidência é de residências com paredes externas de alvenaria com revestimento (88,6%). No Centro-Oeste (81,4%) e Nordeste (81,2%). No Norte, a incidência deste tipo de material foi de 47,9% e, no Sul, de 67,6%.O Censo Demográfico 2010 pesquisou as deficiências visual, auditiva, mental e motora e seus graus de severidade, o que permitiu conhecer a parcela da população que é incluída nas políticas públicas específicas. A metodologia considerou os graus de severidade de deficiências das pessoas que responderam “sim, grande dificuldade” ou “sim, não consegue de modo algum”.


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