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quinta-feira, 2 de julho de 2015

[Filosofia] QUESTÕES SOBRE JÜRGEN HABERMAS PARA TREINAR PARA A PROVA


Nesse post encontraremos algumas questões de ENEM e dos mais variados vestibulares para que vocês alunos possa treinar um pouco sobre o pensamento de JÜRGEN HABERMAS.

Bons estudos:


1. (Uel 2013) Leia o texto a seguir.

A utilização da Internet ampliou e fragmentou, simultaneamente, os nexos de comunicação. Isto impacta no modo como o diálogo é construído entre os indivíduos numa sociedade democrática.
(Adaptado de: HABERMAS, J. O caos da esfera pública. Folha de São Paulo, 13 ago. 2006, Caderno Mais!, p.4-5.)

A partir dos conhecimentos sobre a ação comunicativa em Habermas, considere as afirmativas a seguir.

I. A manipulação das opiniões impede o consenso ao usar os interlocutores como meios e desconsiderar o ser humano como fim em si mesmo.
II. A validade do que é decidido consensualmente assenta-se na negociação em que os interlocutores se instrumentalizam reciprocamente em prol de interesses particulares.
III. Como regra do discurso que busca o entendimento, devem-se excluir os interlocutores que, de algum modo, são afetados pela norma em questão.
IV. O projeto emancipatório dos indivíduos é construído a partir do diálogo e da argumentação que prima pelo entendimento mútuo.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 


2. (Ueg 2012) “Uma moral racional se posiciona criticamente em relação a todas as orientações da ação, sejam elas naturais, autoevidentes, institucionalizadas ou ancoradas em motivos através de padrões de socialização. No momento em que uma alternativa de ação e seu pano de fundo normativo são expostos ao olhar crítico dessa moral, entra em cena a problematização. A moral da razão é especializada em questões de justiça e aborda em princípio tudo à luz forte e restrita da universalidade.”
(HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre facticidade e validade. v. I. Trad. Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997. p. 149.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a moral em Habermas, é correto afirmar:
a) A formação racional de normas de ação ocorre independentemente da efetivação de discursos e da autonomia pública. 
b) O discurso moral se estende a todas as normas de ações passíveis de serem justificadas sob o ponto de vista da razão. 
c) A validade universal das normas pauta-se no conteúdo dos valores, costumes e tradições praticados no interior das comunidades locais. 
d) A positivação da lei contida nos códigos, mesmo sem o consentimento da participação popular, garante a solução moral de conflitos de ação. 
e) Os parâmetros de justiça para a avaliação crítica de normas pautam-se no princípio do direito divino. 


3. (Uel 2012) Elaborada nos anos de 1980, em um contexto de preocupações com o meio ambiente e o risco nuclear, a Ética do Discurso buscou reorientar as teorias deontológicas que a antecederam. Um exemplo está contido no texto a seguir.

De maior gravidade são as consequências que um conceito restrito de moral comporta para as questões da ética do meio ambiente. O modelo antropocêntrico parece trazer uma espécie de cegueira às teorias do tipo kantiano, no que diz respeito às questões da responsabilidade moral do homem pelo seu meio ambiente.
(HABERMAS, Jürgen. Comentários à Ética do Discurso. Trad. de Gilda Lopes Encarnação. Lisboa: Instituto Piaget, 1999, p.212.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Ética do Discurso, é correto afirmar que a ética
a) abrange as ações isoladas das pessoas visando adequar-se às mudanças climáticas e às catástrofes naturais. 
b) corresponde à maneira como o homem deseja construir e realizar plenamente a sua existência no planeta. 
c) compreende a atitude conservacionista que o sistema econômico adota em relação ao ambiente. 
d) implica a instrumentalização dos recursos tecnológicos em benefício da redução da poluição. 
e) refere-se à atitude de retorno do homem à vida natural, observando as leis da natureza e sua regularidade. 

4. (Uem 2012) “Jürgen Habermas (1929) é um dos principais representantes da chamada segunda geração da Escola de Frankfurt”. Este filósofo elaborou “uma teoria social baseada no conceito de racionalidade comunicativa, que se contrapõe à razão instrumental”
(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. 4ª. ed. revista. São Paulo: Ed. Moderna, 2009. p.200).

Segundo o pensamento de Jürgen Habermas, assinale o que for correto.
01) Jürgen Habermas critica a filosofia de René Descartes, por considerá-la uma filosofia metafísica fundada em uma reflexão solitária, centrada no sujeito. 
02) O positivismo é, para Jürgen Habermas, a teoria e o método mais seguro para alcançar um conhecimento preciso da realidade social. 
04) O uso da razão instrumental é, para Jürgen Habermas, válido, quando se trata de agir sobre objetos ou sobre natureza, a fim de suprir as necessidades do homem. 
08) A razão discursiva, que fundamenta a teoria da ação comunicativa de Jürgen Habermas, tem como princípio que a verdade só pode ser alcançada na relação intersubjetiva entre indivíduos que se dispõem a chegar a um consenso. 
16) Para Jürgen Habermas, o princípio da situação ideal de fala, mesmo sendo contrafactual, é necessário para evitar que relações de poder possam desviar alinguagem de seu objetivo, isto é, alcançar o entendimento. 


5. (Uel 2012) Leia o texto a seguir.

O ser humano, no decorrer da sua existência na face da terra e graças à sua capacidade racional, tem desenvolvido formas de explicação do que há no intuito de estabelecer um nexo de sentido entre os fenômenos e as experiências por ele vivenciados. Essas vivências, à medida que são passíveis de expressão através das construções simbólicas contidas na linguagem, apresentam um caráter eminentemente social.
(HANSEN, Gilvan. Modernidade, Utopia e Trabalho. Londrina: Edições Cefil, 1999. p.13.)

Com base na obra Molhe Espiral, no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Habermas, assinale a alternativa correta.
a) A linguagem, em razão de sua dimensão material, inviabiliza a (re)produção simbólica da sociedade. 
b) As construções simbólicas se valem do apreço instrumental e do valor mercantil. 
c) A importância do simbólico na sociedade decorre de sua adequação aos parâmetros funcionais e técnicos. 
d) A dimensão simbólica da sociedade é inerente à forma como o homem assegura sentido à realidade. 
e) A forma de expressăo dos elementos simbólicos na arena social deve atender a uma utilidade prática. 


6. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.

Habermas distingue entre racionalidade instrumental e racionalidade comunicativa. A racionalidade comunicativa ocorre quando os seres humanos recorrem à linguagem com o intuito de alcançar o entendimento não coagido sobre algo, por exemplo, decidir sobre a maneira correta de agir (ação moral). A racionalidade instrumental, por sua vez, ocorre quando os seres humanos utilizam as coisas do mundo, ou até mesmo outras pessoas, como meio para se alcançar um fim (raciocínio meio e fim).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria da ação comunicativa de Habermas, é correto afirmar:
a) Contar uma mentira para outra pessoa buscando obter algo que desejamos e que sabemos que não receberíamos se disséssemos a verdade é um exemplo de racionalidade comunicativa. 
b) Realizar um debate entre os alunos de turma da faculdade buscando decidir democraticamente a melhor maneira de arrecadar fundos para o baile de formatura é um exemplo de racionalidade instrumental. 
c) Um adolescente que diz para seu pai que vai dormir na casa de um amigo, mas, na verdade, vai para uma festa com amigos, é um exemplo de racionalidade comunicativa. 
d) Alguém que decide economizar dinheiro durante vários anos a fim de fazer uma viagem para os Estados Unidos da América é um exemplo de racionalidade instrumental. 
e) Um grupo de amigos que se reúne para decidir democraticamente o que irão fazer com o dinheiro que ganharam em um bolão da Mega Sena é um exemplo de racionalidade instrumental. 


7. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.

Na tradição liberal, a ênfase é posta no caráter impessoal das leis e na proteção das liberdades individuais, de tal modo que o processo democrático é compelido pelos (e está a serviço dos) direitos pessoais que garantem a cada indivíduo a liberdade de buscar sua própria realização. Na tradição republicana, a primazia é dada ao processo democrático enquanto tal, entendido como uma deliberação coletiva que conduz os cidadãos à procura do entendimento sobre o bem comum.
(Adaptado de: ARAÚJO, L. B. L. Moral, direito e política. “Sobre a Teoria do Discurso de” Habermas. In: OLIVEIRA, M.; AGUIAR, O. A.; SAHD, L. F. N. de A. e S. (Orgs.).Filosofia Política Contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 214-235.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia política na teoria do discurso, é correto afirmar que Habermas
a) privilegia a ideia de Estado de direito em detrimento de uma democracia participativa. 
b) concede maior relevância à autonomia pública, opondo-se à autonomia privada. 
c) ignora tanto a autonomia privada quanto a pública, substituindo-as pela utilidade das normas morais. 
d) enfatiza a compreensão individualista e instrumental do papel do cidadão na lógica privada do mercado. 
e) concilia, na mesma base, direitos humanos e soberania popular, reconhecendo-os como distintos, porém complementares. 


8. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.

Em Técnica e Ciência como “ideologia”, Habermas apresenta uma reformulação do conceito weberiano de racionalização pela qual lança as bases conceptuais de sua teoria da sociedade. Neste sentido, postula a distinção irredutível entre trabalho ou agir instrumental e interação ou agir comunicativo, bem como a pertinência da conexão dialética entre essas categorias, das quais deriva a diferenciação entre o quadro institucional de uma sociedade e os subsistemas do agir racional com respeito a fins. Segundo Habermas, uma análise mais pormenorizada da primeira parte da Ideologia Alemã revela que “Marx não explicita efetivamente a conexão entre interação e trabalho, mas sob o título nada específico da práxis social reduz um ao outro, a saber, a ação comunicativa à instrumental”.
(Adaptado: HABERMAS, J. Técnica e ciência como “ideologia”. Lisboa: Edições 70, 1994. p.41-42.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Habermas, é correto afirmar:
a) O crescimento das forças produtivas e a eficiência administrativa conduzem à organização das relações sociais baseadas na comunicação livre de quaisquer formas de dominação. 
b) A liberação do potencial emancipatório do desenvolvimento da técnica e da ciência depende da prevenção das disfuncionalidades sistêmicas que entravam a reprodução material da vida e suas respectivas formas interativas. 
c) O desenvolvimento da ciência e da técnica, enquanto forças produtivas, permite estabelecer uma nova forma de legitimação que, por sua vez, nega as estruturas da ação instrumental, assimilando-as à ação comunicativa. 
d) Com base na irredutibilidade entre trabalho e interação, a luta pela emancipação diz respeito tanto ao agir comunicativo, contra as restrições impostas pela dominação, quanto ao agir instrumental, contra as restrições materiais pela escassez econômica. 
e) A racionalização na dimensão da interação social submetida à racionalização na dimensão do trabalho na práxis social determina o caráter emancipatório do desenvolvimento das forças produtivas e do bem-estar da vida humana. 


9. (Uem 2011) Jürgen Habermas (1929) pertenceu inicialmente à escola de Frankfurt, também conhecida como Teoria Crítica, antes de fazer seu próprio caminho de investigação filosófica.

Sobre o pensamento de Jürgen Habermas, assinale o que for correto.
01) Jürgen Habermas opõe-se ao racionalismo cartesiano, por considerá-lo fundamentado numa filosofia do sujeito e na razão monológica e logocêntrica. 
02) Ao afastar-se da Escola de Frankfurt, Jürgen Habermas abandona, ao mesmo tempo, a teoria crítica da sociedade e a crítica da razão instrumental. 
04) Ao contrário de Max Horkheimer, Theodor W. Adorno e Walter Benjamin, Jürgen Habermas continua fiel ao materialismo histórico, ou seja, à ortodoxia marxista. 
08) A relação posta pela Filosofia positivista entre o objeto da investigação científica e o sujeito que investiga é, para Jürgen Habermas, o caminho a ser adotado por uma racionalidade que deseja a emancipação humana. 
16) A racionalidade comunicativa, contida na Teoria da ação comunicativa de Jürgen Habermas, elabora-se na interação intersubjetiva, mediatizada pela linguagem de sujeitos que desejam alcançar, por meio do entendimento, um consenso autêntico. 


10. (Uel 2010) No final do século XX, com a disseminação da Internet, o acesso à informação passa a ser instantâneo. Com isso, novas perspectivas se abrem para o debate político, sobretudo para a atuação dos cidadãos na esfera pública.

Tendo presente a concepção de esfera pública nos escritos recentes de Habermas, analise as afirmativas a seguir:

I. A esfera pública constitui um espaço no qual os problemas da sociedade são recebidos, discutidos e problematizados, e o sistema político recepciona e sistematiza de forma especializada aqueles que considera mais importantes.
II. Pelo fato de estar vinculada à sociedade civil, a esfera pública exime-se de efetuar mediações envolvendo o sistema político e o mundo da vida.
III. Por funcionar como uma estrutura normativa, a esfera pública efetiva-se como um sistema institucionalizado que estabelece papéis e competências para a participação na sociedade.
IV. A esfera pública consiste numa rede que permite que certos temas, ideias e posicionamentos sejam debatidos, tendo como referência o agir voltado para o entendimento.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e III são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas II e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 


11. (Uel 2010) Observe a tira e leia o texto a seguir:

O ponto de vista moral, a partir do qual podemos avaliar imparcialmente as questões práticas, é seguramente interpretado de diferentes maneiras. Mas ele não está livre e arbitrariamente à nossa disposição, já que releva a forma comunicativa do discurso racional. Impõe-se intuitivamente a todos os que estejam abertos a esta forma reflexiva da ação orientada para a comunicação.
(HABERMAS, J. Comentários à Ética do Discurso. Tradução de Gilda Lopes Encarnação. Lisboa: Instituto Piaget, 1999. p. 101-102.)

Com base na tira e no texto, é correto afirmar que a ética do discurso de Habermas
a) baseia-se em argumentos de autoridade prescritos universalmente e assegurados, sobretudo, pelo lastro tradicional dos valores partilhados no mundo da vida. 
b) pauta-se em argumentos de utilidade, os quais impõe o dever de proporcionar, enquanto benefício, o maior bem ou a maior felicidade aos envolvidos. 
c) funda-se em argumentos racionais sob condições simétricas de interação, amparados em pretensões de validade, tais como verdade, sinceridade e correção. 
d) constrói-se no uso de argumentos que visam o aconselhamento e a prudência, salientando a necessidade de ações retas do ponto de vista do caráter a da virtude. 
e) realiza-se por meio de argumentos intuicionistas, fazendo respeitar o que cada pessoa carrega em sua biografia quanto à compreensão do que é certo ou errado. 


12. (Uel 2010) Leia o seguinte texto de Habermas:

A democracia se adapta a essa formação moderna do Estado territorial, nacional e social, equipado com uma administração efetiva. Isto porque um ente coletivo tem necessidade de se integrar, política e culturalmente, além de ser suficientemente autônomo do ponto de vista espacial, social econômico e militar.[...] Em decorrência da imigração e da segmentação cultural, as tendências subsumidas no termo “globalização” ameaçam a composição, mais ou menos homogênea, da população em seu âmago, ou seja, o fundamento pré-político da integração dos cidadãos. No entanto, convém salientar outro fato mais marcante ainda: o Estado, cada vez mais emaranhado nas interdependências da economia e da sociedade mundial, perde, não somente em termos de autonomia e de competência para a ação, mas também em termos de substancia democrática.
(HABERMAS, J. Era das Transições. Tradução e Introdução de Flavio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003, p. 106.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre democracia em Habermas, considere as afirmativas a seguir:

I. A ampliação da economia além das fronteiras dos Estados nacionais revela a integração democrática dos países e, consequentemente, o fortalecimento da cidadania mundial.
II. A democracia se amplia à medida que a economia e a imigração se deslocam além das fronteiras dos Estados nacionais, produzindo um intercâmbio social e cultural do ponto de vista global.
III. A democracia circunscrita ao âmbito nacional goza de autonomia em segmentos significativos como a economia, a política e a cultura, porém, quando o Estado entra na fase da constelação pós-nacional, sofre uma redução no exercício democrático.
IV. Do ponto de vista democrático, os Estados nacionais sofrem restrição em seu fundamento de integração social em decorrência do aumento da imigração, da segmentação cultural e, sobretudo, da ampliação da economia no plano global.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
b) Somente as afirmativas II e III são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. 


13. (Uem 2009) Jürgen Habermas constrói um novo sistema filosófico, fundamentado na teoria da ação comunicativa. Em oposição à filosofia da consciência da tradição moderna, que concebe a razão como uma entidade centrada no sujeito, Habermas considera a razão como sendo o resultado de uma relação intersubjetiva entre indivíduos que procuram, por meio da linguagem, chegar ao entendimento.

Assinale o que for correto.
01) Jürgen Habermas perpetua a tradição de René Descartes e, como ele, acredita que o “penso, logo existo” é a primeira certeza a partir da qual podemos alcançar a verdade. 
02) Para Jürgen Habermas, a linguagem tem o caráter imperativo, pois afirma verdades encontradas por uma razão que obedece aos preceitos da lógica formal. 
04) Jürgen Habermas pertence inicialmente ao grupo dos frankfurtianos, todavia, mesmo se distanciando da Escola de Frankfurt, mantém os principais objetivos dessa corrente filosófica, isto é, o esclarecimento e a emancipação do homem. 
08) Na teoria da ação comunicativa, a verdade é resultado de uma relação dialógica, fundamentada em uma situação ideal de fala, que exclui qualquer relação de poder entre os interlocutores. 
16) Jürgen Habermas procura resgatar a reflexão crítica da Ilustração que tem em Kant um dos principais expoentes. A Ilustração opõe-se ao autoritarismo e ao abuso do poder e defende as liberdades individuais e os direitos do cidadão. 


14. (Uel 2009) A utilização de organismos geneticamente modificados, já presente em alimentos como soja e milho, remete para a questão dos limites éticos da pesquisa.

Tendo presente a obra de Jürgen Habermas, é correto afirmar.
a) O debate sobre as consequências éticas da ciência, especialmente da biotecnologia, deve ocorrer a posteriori para não atrapalhar um possível progresso resultante das novas descobertas científicas. 
b) A pesquisa com seres humanos, sobretudo quando envolve a possibilidade futura de intervenções terapêuticas e de aperfeiçoamento, requer que se faça uma clara distinção entre eugenia positiva e negativa. 
c) Para que a ciência progrida e as pesquisas avancem na direção de novas descobertas, a ciência necessita estar sintonizada com o princípio da neutralidade científica. 
d) Diante da inserção dos laboratórios de pesquisa na lógica de mercado, caso seja possível alterar geneticamente características dos bebês, caberá aos pais estabelecer limites éticos para as possibilidades oferecidas. 
e) O ritmo lento da produção legislativa frente à rapidez das novas descobertas científicas torna sem sentido estabelecer limites ético-normativos para questões que envolvem a ciência. 


15. (Ufpa 2009) Na contemporaneidade, uma das mais marcantes concepções acerca das possibilidades da ação moral vincula-se à ideia de uma razão comunicativa. Sobre essa ideia, julgue as afirmações abaixo:

I. A razão comunicativa permanece presa aos condicionantes da razão prática moderna, isto é, aos agentes considerados individual ou coletivamente.
II. O que propicia a razão comunicativa é a mediação linguística, por meio da qual as relações entre os sujeitos ocorrem e o modo de vida contemporâneo se estrutura.
III. A razão comunicativa somente pode ser entendida como uma capacidade subjetiva, capaz de dizer aos agentes o que devem realizar.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):
a) apenas a I 
b) apenas a II 
c) I e II 
d) II e III 
e) I e III 


16. (Uel 2009) A proposta ética de Habermas não comporta conteúdos. Ela é formal. Ela apresenta um procedimento, fundamentado na racionalidade comunicativa, de resolução de pretensões normativas de validade.
(DUTRA, D. J. V. Razão e consenso em Habernas. A teoria discursiva da verdade, da moral, do direito e da biotecnologia. Florianópolis: Editora da UFSC. 2005, p. 158.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a obra de Habermas, é correto afirmar que, na Ética do Discurso,
a) o processo de justificação das normas morais e o procedimento de deliberação das pretensões de validade de correção normativa são falíveis. 
b) o formalismo da ética habermasiana é idêntico ao formalismo presente nas éticas de Kant e Bentham, pois desconsidera o que resulta concretamente das normas morais. 
c) o modelo monológico da ética kantiana é reformulado na perspectiva de uma comunidade discursiva na qual os participantes analisam as pretensões de validade tendo como critério a força do melhor argumento. 
d) o puro respeito à lei é considerado por Habermas como o critério fundamental para conferir moralidade à ação, restando excluídos do debate da ética discursiva os desejos e as necessidades manifestados pelos indivíduos. 
e) o princípio “U” possibilita que sejam acatadas normas que não estejam sintonizadas com uma vontade universal, coadunando, dessa forma, particularismo e universalismo ético. 


17. (Uel 2009) A ação política pressupõe a possibilidade de decidir, através da palavra, sobre o bem comum. Esta acepção do termo ‘política’, somente válida enquanto ideal aceito, guarda uma estreita relação com a concepção de política defendida por Habermas. Em particular, com o modelo normativo de democracia que este desenvolveu no início dos anos de 1990 e que inclui um procedimento ideal de deliberação e tomada de decisões: a chamada política deliberativa.
(VELASCO ARROVO, J. C. Para ler Habermas. Madrid: AIIanza, 2003, p. 93.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a democracia no pensamento de Habermas, considere as afirmativas a seguir.

I. As normas se tornam legitimas pelo fato de terem sido submetidas ao crivo participativo de todos os concernidos.
II. O principio da regra da maioria está subordinado à possibilidade prévia de que todos os concernidos tenham tido a oportunidade de apresentar seus posicionamentos de forma argumentativa e sem coerção.
III. A deliberação visa formalizar posições cristalizadas pelos membros da sociedade política, limitando-se ao endosso das opiniões prévias de cada um.
IV. As práticas políticas democráticas restringem-se à escolha, mediante sufrágio universal, dos Iíderes que governam as cidades.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. 


18. (Uel 2009) Sobre o pensamento de Habermas, é correto afirmar que, no modelo da democracia deliberativa, a noção de cidadania enfatiza
a) os direitos e as liberdades metafísicas. 
b) as liberdades individuais e a heteronomia. 
c) os direitos objetivos e o cerceamento da sociedade civil. 
d) os direitos subjetivos e as liberdades cidadãs. 
e) os direitos naturais originários e a submissão à autoridade. 


19. (Uel 2009) O debate nascido nos anos 80 sobre a crise da modernidade tem como pano de fundo a consciência do esgotamento da razão, no que se refere a sua incapacidade de encontrar perspectivas para o prometido progresso humano. O pensamento de Habermas situa-se no contexto dessa crítica. A racionalidade ocidental, desde Descartes, pretendeu a autonomia da razão, baseada no sujeito que solitariamente representa o mundo. [...] A racionalidade prevalente na modernidade é a instrumental[...].
(HERMANN, N. O pensamento de Habermas. In: Filosofia. Sociedade e Educação. Ano I, n.I. Marília: UNESP, 1997. p. 122-1 23.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Teoria Crítica de Adorno e Horkheimer e sobre o pensamento de Jürgen Habermas, é correto afirmar que a racionalidade Instrumental constitui

I. um conhecimento que se processa a partir das condições especificas da objetividade empírica do fato em si.
II. o processo de entendimento entre os sujeitos acerca do uso racional dos instrumentos técnicos para o controle da natureza.
III. uma forma de uso amplo da razão, que torna o homem livre para compreender a si mesmo a partir do domínio do conhecimento científico.
IV. um saber orientado para a dominação e o controle técnico sobre a natureza e sobre o próprio ser humano.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 


20. (Uel 2008) De acordo com a ética do discurso, os argumentos apresentados a fim de validar as normas

[...] têm força de convencer os participantes de um discurso a reconhecerem uma pretensão de validade, tanto para a pretensão de verdade quanto para a pretensão de retidão. [...] Ele [Habermas] defende a tese de que as normas éticas são passíveis de fundamentação num sentido análogo ao da verdade.
(BORGES, M. de L.; DALL’AGNOL, D. ; DUTRA, D. V. Ética. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 105.)

Assim, é correto afirmar que a ética do discurso defende uma abordagem cognitivista da ética
(HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Tradução Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileira, 1989. p. 62 e 78.)

Sobre o cognitivismo da ética do discurso, é correto afirmar:
a) A ética do discurso procura dar continuidade à abordagem cognitivista já presente em Kant. 
b) A abordagem cognitivista da ética do discurso assume a impossibilidade de validação das normas morais. 
c) A abordagem cognitivista da ética do discurso se apoia no conhecimento da utilidade das ações tal como pretendia Jeremy Bentham. 
d) A abordagem cognitivista da ética do discurso procura dar continuidade às teses aristotélicas sobre a retórica. 
e) A ética do discurso, ao abordar a ética de um ponto de vista cognitivista, segue as teorias emotivistas e decisionistas. 


21. (Uel 2007) “De acordo com a ética do Discurso, uma norma só deve pretender validez quando todos os que possam ser concernidos por ela cheguem (ou possam chegar), enquanto participantes de um Discurso prático, a um acordo quanto à validez dessa norma”.
(Habermas, J. Consciência moral e agir comunicativo. Tradução de Guido A. de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989, p.86.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Ética do Discurso de Habermas, assinale a alternativa correta:
a) O princípio possibilitador do consenso deve assegurar que somente sejam aceitas como válidas as normas que exprimem um desejo particular. 
b) Nas argumentações morais basta que um indivíduo reflita se poderia dar seu assentimento a uma norma. 
c) Os problemas que devem ser resolvidos em argumentações morais podem ser superados apenas monologicamente. 
d) O princípio que norteia a ética do discurso de Habermas expressa-se, literalmente, nos mesmos termos do imperativo categórico kantiano. 
e) Uma norma só poderá ser considerada correta se todos os envolvidos estiverem de acordo em dar-lhe o seu consentimento. 


22. (Uel 2006) “Desde o final do século XIX, impõe-se cada vez com mais força a outra tendência evolutiva que caracteriza o capitalismo tardio: a cientificação da técnica. No capitalismo sempre se registrou a pressão institucional para intensificar a produtividade do trabalho por meio da introdução de novas técnicas. As inovações dependiam, porém, de inventos esporádicos que, por seu lado, podiam sem dúvida ser induzidos economicamente, mas tinham ainda um caráter natural. Isso modificou-se, na medida em que a evolução técnica é realimentada com o progresso das ciências modernas. Com a investigação industrial de grande estilo, a ciência, a técnica e a revalorização do capital confluem num mesmo sistema. Entretanto, a investigação industrial associa-se a uma investigação nascida dos encargos do Estado, que fomenta em primeiro lugar o progresso científico e técnico no campo militar. Daí as informações refluem para as esferas da produção civil de bens.”
(HABERMAS, Jürgen. Técnica e ciência como ideologia. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1987. p. 72.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o capitalismo tardio, considere as afirmativas a seguir.

I. A espontaneidade e naturalidade dos inventos esporádicos bloquearam a produtividade no capitalismo.
II. No capitalismo tardio, há uma junção sistêmica entre a técnica, a ciência e a revalorização do capital.
III. No interior do capitalismo tardio, a técnica e a ciência são independentes e se desenvolvem em sentidos opostos.
IV. A produção civil de bens se apropria das informações geradas pela investigação industrial no campo militar.

Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II. 
b) II e IV. 
c) III e IV. 
d) I, II e III. 
e) I, III e IV. 


23. (Uel 2006) “[...] Somente ordenamentos políticos podem ter legitimidade e perdê-la; somente eles têm necessidade de legitimação. [...] dado que o Estado toma a si a tarefa de impedir a desintegração social por meio de decisões obrigatórias, liga-se ao exercício do poder estatal a intenção de conservar a sociedade em sua identidade normativamente determinada em cada oportunidade concreta. De resto, é esse o critério para mensurar a legitimidade do poder estatal, o qual – se pretende durar – deve ser reconhecido como legítimo.”
(HABERMAS, Jürgen. Para a reconstrução do Materialismo Histórico. 2. ed. Trad. Carlos Nelson Coutinho. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 219-221.)

Com base no texto, é correto afirmar que a legitimidade do Estado em Habermas:
a) É uma necessidade que se impõe por meio da vontade do soberano, pois este é o único capaz de dispor de garantias sociais para todos. 
b) Reside na preservação da identidade da sociedade como forma de assegurar a integração social. 
c) É uma exigência que, uma vez conquistada, adquire perenidade sem se exaurir ao longo da história. 
d) É atingida pelo uso do poder econômico ou da força bélica, elementos esses que podem se perder facilmente. 
e) Conta de forma imprescindível com os parâmetros da vontade divina no estabelecimento de valores comumente vivenciados.


24. (ENEM 2014) “Uma norma só deve pretender validez quando todos os que possam ser concernidos por ela cheguem (ou possam chegar), enquanto participantes de um discurso prático, a um acordo quanto à validade dessa norma”.
(Habermas, J.Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989)

Segundo Habermas, a validez de uma norma deve ser estabelecida pelo (a)

a) Liberdade humana, que consagra a vontade.
b) Razão comunicativa, que requer um consenso.
c) Conhecimento filosófico, que expressa a verdade.
d) Técnica científica, que aumenta o poder do homem.
e) Poder político, que se concentra no sistema partidário.





RESPOSTAS:

1. B
2. B
3. B
4. 1+ 4+ 08+ 16= 29
5. D
6. D
7. E
8. D
9. 17
10. B
11. C
12. C
13. 4 + 08 + 16 = 28
14. B
15. B
16. C
17. A
18. D
19. B
20. A
21. E
22. B
23. B
24. B

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