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sábado, 28 de fevereiro de 2015

[Geografia] O MUNDO SUBDESENVOLVIDO (Slides 9º anos)


Conforme estudamos anteriormente, nosso planeta pode ser dividido, economicamente, em países do norte (desenvolvidos) e em países do sul (subdesenvolvidos). Estes últimos serão nosso objeto de estudo ao longo deste ano.

ORIGENS DO SUBDESENVOLVIMENTO 

Não é fácil determinarmos os fatos que deram início ao subdesenvolvimento. Entretanto, há um fator que é comum a quase todos esses países: eles foram, em geral, colônias de exploração, uma vez que seus colonizadores se instalavam nessas terras para explorar suas riquezas naturais e enviavam-nas para as metrópoles, geralmente utilizando-se de trabalho escravo.

No caso da América Latina, a exploração ocorreu como mostra a imagem ao lado: os europeus utilizavam a mão-de-obra africana para “abastecer” suas colônias na América, de onde saia a riqueza que sustentaria o continente europeu. Esse processo histórico ficou conhecido como “Comércio Triangular”.

Os dois únicos países desenvolvidos do continente americano, entretanto, não passaram por esse tipo de colonização. Canadá e Estados Unidos foram colônias de povoamento. 


DEFINIÇÕES DE SUBDESENVOLVIMENTO 

Mas que fatores podem caracterizar um país subdesenvolvido? Nem sempre é fácil determinarmos que um país esteja nessa situação. Vejamos o Brasil: desde o final de 2008 nosso país atingiu um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) elevado, portanto, teoricamente, fazemos parte do grupo de países desenvolvidos. Por que, então, somos classificados como país subdesenvolvido?

Vários fatores devem ser considerados para classificarmos um país como subdesenvolvido. Essas nações formam um variado conjunto de países, onde vivem cerca de 85% da população mundial. Alguns apresentam um quadro socioeconômico bastante ruim, com taxas de analfabetismo e mortalidade infantil muito altas, além de dependerem quase tão somente da agropecuária. É o caso, por exemplo, de Mali e Níger, no continente africano, que apresentam um IDH muito baixo.

Alguns países subdesenvolvidos, embora tenham parte de sua população vivendo em condições precárias e dependentes da produção agropecuária, podem apresentar uma atividade industrial importante e parte da população tendo acesso à educação e saúde. Continuam a manter, entretanto, uma desigualdade social que lhes confere a condição de país subdesenvolvido. É o caso, por exemplo, do Brasil e da Índia. Procure se lembrar: cenas como essas fazem parte do seu dia-a-dia?


COMO MEDIR O SUBDESENVOLVIMENTO: 
O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) 

Critério estabelecido pela ONU para O primeiro relatório do desenvolvimento avaliar o nível de desenvolvimento humano foi publicado em 1990. econômico e social dos países. Há diversos países que tiveram Desde então, ele é atualizado anualmente. crescimento econômico, mas não desenvolvimento social efetivo. Melhorias para toda a população nas áreas de saúde, educação, habitação, saneamento básico, transporte, etc. que possibilitasse Apesar do IDH não ser um indicador ideal, nem o único, apresenta a vantagem de considerar o desenvolvimento de forma mais abrangente e de avaliar, até certo ponto, o acesso da população aos benefícios do crescimento econômico.

De acordo com Índice de Desenvolvimento Humano, o Brasil é classificado como país desenvolvido, pois, atualmente, nosso IDH é de 0,730, o que confere ao país a 85ª posição entre os 187 avaliados pela ONU (Organização das Nações Unidas). Como você interpretou essa charge? Podemos afirmar que há alguma “contradição” nas informações que ela apresenta?


ASPECTOS DO SUBDESENVOLVIMENTO

Um IDH elevado não indica, necessariamente, que uma nação seja desenvolvida; muitos fatores devem ser considerados na classificação de um país como desenvolvido ou subdesenvolvido. Nos próximos slides, estão alguns fatores que caracterizam o subdesenvolvimento. Lembre-se: é importante que você identifique cada um deles! A desigualdade social é uma das principais características dos países subdesenvolvidos

Alguns países subdesenvolvidos, que não possuem setor industrial considerável, têm economias que dependem quase exclusivamente do setor primário da economia, principalmente da agropecuária. 

A maior parte da P.E.A. (população economicamente ativa) desses países atua nesse setor, que, por utilizar pouca mecanização e automação (máquinas e tecnologias), apresenta baixa produtividade, embora gere a maior parte da riqueza nacional. 

Portanto, é elevada a parcela de trabalhadores no campo. 

Nesses países, de modo geral, predominam dois setores rurais: 

a) AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA: Produção agrícola que tem como objetivo garantir a sobrevivência do agricultor, da sua família e da comunidade onde ele vive. As sobras podem ser vendidas nas vilas vizinhas; a pecuária e pequenas criações de animais também podem ocorrer. 

b) AGRICULTURA DE PLANTATIONS: Agricultura destinada a exportação, atendendo a grande demanda dos países desenvolvidos. As empresas multinacionais do setor agrícola dominam o mercado mundial dos produtos de plantation, o que faz com que muitos países pobres sejam submetidos a seus interesses.

Existem alguns países subdesenvolvidos que apresentam indústrias e, em alguns casos, essas indústrias são bastante diversificadas e produzem uma porcentagem maior do PIB nacional. Nesse caso, temos os chamados “países emergentes”, como é o caso do Brasil, da Índia e do México, entre outros; apesar das indústrias, os produtos primários ainda geram grande parte do PIB. A maior parte dessas indústrias, contudo, são estrangeiras (multinacionais) e, muitas vezes, elas controlam segmentos inteiros do país, como, por exemplo, a indústria automobilística brasileira. Por isso, dizemos que esses países apresentam um setor secundário dependente. Nos países subdesenvolvidos industrializados, mesmo as indústrias nacionais dependem, muitas vezes, do setor secundário de outros países. É o caso, por exemplo, dos aviões produzidos no Brasil, que usam equipamentos fabricados em outros países.

A maioria das nações subdesenvolvidas tem suas receitas (capital que entra no país) originadas das vendas de produtos primários que, em geral, custam barato em relação à tecnologia e se desvalorizam.... ... mas, como seu setor secundário é inexistente ou pequeno, precisam comprar produtos industrializados (que custam caro e têm grande valorização) dos países mais ricos que, por sua vez, compram matérias-primas baratas dos países mais pobres. Quem levará maior vantagem na balança comercial? PRODUTOS PRIMÁRIOS OU “COMMODITIES” PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

Com o avanço dos sistemas de transportes e comunicações, grandes empresas multinacionais, à procura de ampliação de seus lucros, passaram a se instalar também em países subdesenvolvidos, seja à procura de mão-de-obra barata, matérias-primas ou até mesmo de mercado consumidor. Esse fluxo de capitais, diretamente relacionado ao processo de globalização, se traduz não apenas na forma de empréstimos financeiros entre países, mas também através da remessa de lucros (as filiais das multinacionais recebem investimentos de suas matrizes e enviam para elas parte do lucro obtido nos países onde se encontram) e da própria instalação de multinacionais em diversos países. Os países subdesenvolvidos, em especial os BRIC’s (principais países emergentes), vêm recebendo pesados investimentos nos últimos anos, em função do grande crescimento econômico neles observado.

Na maioria dos países subdesenvolvidos, questões culturais e econômicas causam elevação no crescimento vegetativo e rápido crescimento populacional. Que, por sua vez, provocam, entre outros: fatores:Aumento do desemprego ou subemprego (e, portanto, baixo consumo); Moradias deficientes ou favelização; Aumento da violência; Dificuldade do Estado em manter serviços básicos, como saúde e educação. OS PROBLEMAS DEMOGRÁFICOS SÃO, PORTANTO, CONSEQUÊNCIA E NÃO A CAUSA DO SUBDESENVOLVIMENTO!

Nos países desenvolvidos, em função do desenvolvimento econômico, aos poucos a população economicamente ativa foi se transferindo do setor primário para o secundário e, mais recentemente, do secundário para o terciário, que atualmente concentra a maior parte da população economicamente ativa desses países. Isto acontece porque, com a modernização da agricultura e a robotização/automação das indústrias, esses setores liberaram mão- de-obra qualificada. No caso dos países subdesenvolvidos, o processo foi diferente. Com a industrialização tardia e a modernização do campo, os trabalhadores perderam seu trabalho no campo, sendo obrigados a migrar para os centros urbanos, onde, sem qualificação, viram-se forçados a aceitar empregos no setor terciário, semiqualificados ou sem qualificação. Isto fez com que o setor terciário desses países crescesse muito, mas sem a qualificação profissional encontrada neste setor nos países desenvolvidos. Por isso, utiliza-se a expressão "hipertrofia" para caracterizá-los.

Nos países subdesenvolvidos, o significativo crescimento da população nesses últimos anos tem resultado em grandes problemas urbanos. Esse crescimento aliado à ineficiência e lentidão do planejamento urbano resulta no crescimento desordenado das cidades o que traz sérias consequências, como enchentes, poluição do ar, congestionamentos, perda da qualidade de vida das pessoas, dentre outros. Poderá ocorrer o que chamamos de inchaço urbano ou macrocefalia urbana (marginalização, submoradia, aumento da violência, desemprego, doenças, etc, que podem provocar o surgimento de outros problemas).

É considerada um dos maiores problemas ligados ao subdesenvolvimento. Ocorre sob duas formas: AGUDACRÔNICA Refere-se à baixa ingestão de alimentos, com poucos nutrientes e/ou calorias. Pode levar à morte, se permanecer por longo tempo, mas é possível de ser revertida se for tratada a tempo. É a privação intensa e total de alimentos. É a forma mais grave da fome, pois, com o tempo, compromete os órgãos vitais, levando a pessoa à morte, sendo a cura quase impossível.

Escassez de recursos financeiros nos países subdesenvolvidos Baixo investimento em educação e em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) O baixo investimento em educação é diretamente responsável pelas elevadas taxas de analfabetismo; o baixo investimento em P&D torna o país cada vez mais dependente do capital externo, uma vez que não forma mão-de-obra qualificada e não produz tecnologia. Os poucos que têm acesso a educação de qualidade e se qualificam profissionalmente, não são absorvidos pelo mercado, que é muito deficiente. Sendo assim, muitos desses profissionais abandonam o país, procurando colocação profissional nas nações desenvolvidas (fuga de cérebros). Com a globalização e o atual desenvolvimento tecnológico , que exigem qualificação cada vez maior, as pessoas de baixa qualificação se tornam cada vez mais excluídos desse processo.


CONCLUSÃO IMPORTANTE 

Se a riqueza (PIB) de um país crescer, podemos afirmar que houve um crescimento econômico, mas só haverá desenvolvimento econômico se a maioria da população se beneficiar desse crescimento, isto é, se houver uma boa distribuição de renda.

LEMBRE-SE DE QUE ESTE RECURSO NÃO SUBSTITUI ÀS AULAS, NEM O SEU MATERIAL. ELE É TÃO SOMENTE UM APOIO PARA QUE VOCÊ POSSA TER UMA VISÃO GERAL DO CONTEÚDO! 

Link para o slide: clique aqui

FONTE: www.geoarmando.blogspot.com.br

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