quinta-feira, 10 de outubro de 2013

(História) - Revolta dos Alfaiates (Conjuração Baiana) - 1798


- A Conjuração Baiana, também denominada como Revolta dos Alfaiates ou Revolta dos Búzios, foi um movimento de caráter emancipacionista, ou seja, deseja a completa independência em relação a Portugal, acabar com a escravidão e criar uma nova ordem social.
- Se a Inconfidência Mineira destaca-se pelo pioneirismo - o primeiro movimento republicano em nossa história -, a Conjuração Baiana apresenta o componente popular, que irá direcioná-la de forma mais ampla e radical: a abolição da escravidão. 
- Ela foi o movimento de independência mais radical do Brasil Colonia, mas nem por isso tem o merecido destaque em nossa histografia.

Documentário sobre a Conjuração Baiana de 1798

- Por mais que estourassem revoltas contra a colônia portuguesa no Brasil, muitas dessas organizações populares eram movidas por interesses particulares dos grandes donos de terra e da elite oposicionista.
- Na avalanche da Revolução Francesa, a Conjuração Baiana (ou Revolta dos Alfaiates) aconteceu na Bahia em 1798 e tinha caráter emancipacionista: exigia, a qualquer custo, a independência do domínio português.
- Foi uma revolta social de caráter popular.
- É conhecida como a mais popular das rebeliões coloniais.
- Nela observamos uma participação maciça de homens livre e pobres, inclusive alfaiates, motivo pelo qual a conjuração também ficou conhecida com Rebelião dos Alfaiates.
- Teve uma importante influência dos ideais da Revolução Francesa.
- O sucesso da independência dos Estados Unidos, as realizações da Revolução Francesa e a rebelião escrava na Ilha de Santo Domingo (chamada pelos nativos de Ahti), propagaram na Bahia os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
- Além de ser emancipacionista, defendeu importantes mudanças sociais e políticas na sociedade.


Causas da Conjuração Baiana
Salvador em 1798
- A transferência da capital da Colônia para o Rio de Janeiro, em 1763, acarretou dificuldades econômicas para a antiga capital.
- Quando Salvador deixou de ser a capital brasileira, acabou perdendo boa parte dos investimentos da Coroa e passou a ter papel secundário diante da nova capital, o Rio de Janeiro. A população baiana acabou sofrendo com a crise econômica do estado. A violência aumentava cada vez mais com o constante saqueamento de propriedades privadas e mercadorias.
- Vivia em Salvador uma população miserável, sobrecarregada de impostos e que frequentemente contestava a exploração exercida pela Metrópole.
Insatisfação popular com o elevado preço cobrado pelos produtos essenciais e alimentos.
- Além disso, reclamavam da carência de determinados alimentos.
- Forte insatisfação com o domínio de Portugal sobre o Brasil. O ideal de independência estava presente em vários setores da sociedade baiana.


Objetivos da Conjuração Baiana

- Defendiam a emancipação política do Brasil, ou seja, o fim do pacto colonial com Portugal;
- Defendiam a implantação da República;
- Liberdade comercial no mercado interno e também com o exterior;
- Liberdade e igualdade entre as pessoas. Portanto eram favoráveis à abolição dos privilégios sociais e também da escravidão;
- Aumento de salários para os soldados.


Líderes da Conjuração Baiana
Cipriano Barata

- A partir de então, as ideias radicais foram surgindo. Quem se destacou na propagação da revolta foi o médico, político e filósofo baiano Cipriano Barata.
- Ele organizou a população mais humilde, como escravos e pequenos camponeses, para difundir mensagens e panfletos incitando mais revoltosos para aderir à revolução.
- No movimento, destacaram-se também os alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira, sob chefia militar do tenente Aguilar Pantoja, que contava com o apoio dos soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas Amorim Torres.


Quem participou

- Muitos alfaiates.
- Pessoas pobres
- Letrados
- Padres
- Pequenos comerciantes
- Escravos
- Negros livres
- Artesãos
- Soldados
- Setores populares


A revolta

- A revolta estava marcada, porém um dos integrantes do movimento, o ferreiro José da Veiga, que delatou o movimento para o governador, relatando o dia e a hora em que aconteceria.
- O governo baiano organizou as forças militares para debelar o movimento antes que a revolta ocorresse.
- Vários revoltosos foram presos.
- Muitos foram expulsos do Brasil.
- Quatro foram executados na Praça da Piedade em Salvador.
O Solar do Unhão e vista para a Baía de Todos os Santos em pintura do início do século 19. O local foi usado como esconderijo por Lucas Dantas e Manuel Faustino, após a denúncia da Conjuração, em 1798.
- Revoltosos mais pobres, como Faustino e Nascimento, foram condenados imediatamente à morte por enforcamento, enquanto que os intelectuais e mais abastados Barata e o professor Francisco Moniz foram absolvidos pela Coroa.
Enforcamento, em novembro de 1799, dos conjurados Lucas Dantas, Manuel faustino, João de Deus e Luís Gonzaga, no Largo da Piedade (Ilustração de Rodval Matias para o livro A Conjuração Baiana de Luís Henrique Tavares, Editora Ática).

- Apesar de não ter sido concretizado em sua totalidade, a Conjuração Baiana é considerada uma importante revolta popular. 
- Muito além da pretensão de derrubar a monarquia, a revolta pôs em xeque as questões sociais do país e deu impulsão para o surgimento das primeiras campanhas abolicionistas do país.








Referências:

Livros

BARBEIRO, Heródoto; CANTELE, Bruna; SCHNEEBERGER, Carlos. História: de olho no mundo do trabalho.

BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 4ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.

COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Mundo: 2º grau. 6ª ed. São Paulo: Moderna, 2012. 

VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História: geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2012.

Site


UOL EDUCAÇÃO - CONJURAÇÃO BAIANA     




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