quinta-feira, 10 de outubro de 2013

(História) - A Inconfidência Mineira (Conjuração Mineira) – 1789

  • Ouve na segunda metade do século XVIII uma significativa queda na produção de ouro na colônia, o que veio a dificultar o pagamento dos pesados tributos que a Metrópole impusera à Colônia.
  • Devido a isso a Capitania das Minas não conseguia arcar com o pagamento de tais tributos.
  • Portugal passou a julgar que os mineiros estariam sonegando os impostos devidos.



Filme completo sobre a Conjuração Mineira

  • Derrama: Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.
  • O governo de Portugal usava da violência da derrama para obrigar a população da Capitania das Minas a entregar parte dos seus bens para pagar suas dividas.
  • Outro fator causador de descontentamento na Capitania das Minas foram os alto preços cobrados por mercadorias importadas que eram proibidos de serem fabricados na colônia e que por isso os colonos eram obrigados a pagar por tais produtos os preços abusivos estabelecidos por Portugal (tecidos, calçados, ferramentas e outros produtos manufaturados).
  • Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país.


Os Inconfidentes
  • As autoridades portuguesas exerciam severo controle sobre a divulgação de ideias, proibindo na Colônia a impressão de jornais e livros.
  • Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pelas ideias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da Independência do Brasil.
  • Devido a essas restrições, um grupo de colonos começou a se reunis secretamente em Vila Rica.
  • A maioria deles pertencia à alta sociedade mineira.
  • Alguns deles eram recém-chegados da Europa, onde tiveram contato direto com as ideias revolucionárias iluministas.
  • Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, era um dos poucos participantes de origem modesta.
  • Além de Tiradentes, p grupo ainda com os poetas Tomas Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira.


O que eles reivindicavam
  •  A ideia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso país que fosse baseado na constituição dos Estados Unidos. 
  • Defendiam a transformação de São João del Rei (grande produtora de alimento e gado) em capital do país.
  • Defendiam a obrigatoriedade do serviço militar.
  • Apoiavam a industrialização.
  • Sobre a questão da escravidão, o grupo não possuía uma posição definida, pois a maioria dos conjurados possuíam terras e muitos escravos.
  • Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para Minas. Ela seria composta por um triangulo verde num fundo branco, com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).
- Obs: A atual bandeira de Minas gerais baseia-se na bandeira dos conspiradores  da Conjuração Mineira, mas seu triangulo é vermelho.


  • Os inconfidentes haviam marcado o dia do movimento para o inicio de 1789, em uma data em a derrama seria executada. Desta forma, poderiam contar com o apoio de parte da população que estaria revoltada.
  • A ideia era de que assim que começasse a derrama eles prenderiam o novo governador da região, o visconde de Barbacena.
  • A rebelião em Vila Rica, no entanto, não aconteceu.
  • Um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, delatou o movimento para as autoridades portuguesas, em troca do perdão de suas dívidas com a coroa.
  • Todos os inconfidentes foram presos, enviados para a capital (Rio de Janeiro) e acusados pelo crime de infidelidade ao rei.
  • Alguns inconfidentes ganharam como punição o degredo para a África e outros uma pena de prisão.
  • Porém, Tiradentes, após assumir a liderança do movimento, foi condenado a forca em praça pública.
  • Enforcado no dia 21 de abril de 1792, no Campo de São Domingo, no Rio de Janeiro, Tiradentes teve o seu corpo esquartejado e seus membros distribuídos pelas cidades onde estivera buscando apoio.
  • Sua cabeça foi exposta publicamente em Vila Rica a fim de intimidar possíveis conspiradores e evitar novas rebeliões.

- Embora fracassada, podemos considerar a Inconfidência Mineira como um exemplo valoroso da luta dos brasileiros pela independência, pela liberdade e contra um governo que tratava sua colônia com violência, autoritarismo, ganância e falta de respeito.

A transformação de Tiradentes em herói nacional
  • A transformação de Tiradentes em herói nacional e mártir só acontece no período do regime republicano, quando ganhou força a oposição ao regime imperial e se exaltou a atuação dos lideres (republicanos) da inconfidência. 
  • No quadro Tiradentes esquartejado, de Pedro Américo (1893) se consolidava a imagem de Tiradentes como herói nacional.
  • Na construção do ídolo  a pintura associa o "mártir" Tiradentes esquartejado (como se estivesse sobre um altar) com a simbologia de Cristo, ou seja, "o sangue e o corpo do redentor que morrera pela nação.
Com esse vídeo você vai entender como Tiradentes se tornou o maior herói brasileiro e 
como a história dele ajudou a moldar o ideal brasileiro de República.

Referências:

Livros

BARBEIRO, Heródoto; CANTELE, Bruna; SCHNEEBERGER, Carlos. História: de olho no mundo do trabalho.

BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 4ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.

COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Mundo: 2º grau. 6ª ed. São Paulo: Moderna, 2012. 

VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História: geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2012.

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