terça-feira, 21 de julho de 2009

O que é fé?

Agnostico
Pego o jornal e leio a matéria:“Brasil próximo de ter seu primeiro santo”.

Analisei a chamada jornalística antes de ler o resto da matéria. Mais especificamente, focalizei na palavra “santo” e procurei, no mais intimo da minha mediocridade intelectual, uma explicação para a atitude humana de transformar aquilo que é profano (produto de ações e sensações humanas) em sagrado. O que explica as explicações racionais da historiografia antropológica em relação aos pensamentos irracionais da mitologia sagrada?





Que fator é esse que faz com que homens procurem em explicações abstratas e em seres antropomórficos soluções para suas dificuldades biológicas e sociais? Peguemos como exemplo a religião no antigo Egito:
A origem da religião egípcia processou-se durante as ultimas etapas da pré-história, quando o homem iniciou praticas místicas relacionadas com as forças e manifestações da natureza, tentando explicá-las, as quais ao mesmo tempo o transforma em sacerdote. Quando as explicações para os fenômenos naturais foram encontradas, a religião primitiva se transformou, passando a ser povoada por uma infinidade de deuses que passaram a interferir na vida da sociedade egípcia. A existência de deuses supria a necessidade de o homem buscar soluções para os seus problemas pessoais.
Percebemos que a fé é algo muito antigo, talvez mais antigo que o próprio Deus. Desde a invenção da escrita temos diversos relatos de praticas religiosas, porem todas elas demonstrando que a fé é um fruto da imaginação humana e não fruto de uma racionalidade. Se procurarmos explicar a fé partindo de princípios racionais estaremos condenados a sermos pesquisadores frustrados, mas se iniciarmos a pesquisa partindo do estuda da imaginação humana ficara mais fácil compreender o assunto em questão.
O pensar do homem não consiste somente na sua habilidade de raciocinar mais também na sua capacidade de imaginar as coisas. As pessoas têm por costume afirmar que o que diferencia o ser humano dos outros animais é a sua capacidade de racionar. Desculpe-me quem pensa assim mais eu descordo, os animais podem sim, mesmo que de forma bem limitada, raciocinar! Se por exemplo um cachorro levar um choque ao encostar-se a uma cerca elétrica é provável que este nunca mais retorne a tocar nela por saber que um novo contato com aquilo lhe propiciara sensações desagradáveis. Na minha concepção, o que diferencia os seres humanos dos outros animais é que ele é o único que tem a capacidade da abstração, ele é o único que pode imaginar algo, por isso ele tem fé e os outros animais não.
Ao contrario dos outros animais, o homem não se adapta ao ambiente em que vive e por isso ele o transforma ao seu bel prazer, procurando autopropiciar mais conforto e segurança. Isso é uma necessidade humana. Mais tem coisas que o homem não consegue interferir, como o desconhecido, como a morte.
O homem não conhece a morte e por isso a imagina, ele não tem controle sobre a morte porque não possui um conhecimento racional do tema em questão e por isso ele faz uma abstração daquilo que não conhece, ou seja, ele imagina a morte assim como imagina Deus.
Não existe um deus racional, universal, um mesmo deus para todos, o que existe são deuses particulares, sendo eles frutos de imaginações individuais. O homem busca no metafísico explicações e proteção em relação ao que ele desconhece, com isso ele imagina aquilo (ou aquele) que conhecemos por “Deus”.
Assim temos que, se o deus concreto, cientifico e racional não existe, ao menos existe um deus imaginativo, sendo ele um resultado da atividade da mente humana de abstração.
O poder do homem de imaginar o irreal, de dar uma existência abstrata ao inexistente... a isso damos o nome de fé.
OBS: É questão de opinião pessoal e ponto final, mais adoraria saber a opinião de outros sobre o tema.

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