Blog do Professor Claudio 'Henry" Sales: (História) Primeira Guerra Mundial - Parte 01 - Principais fatores que desencadearam a guerra

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Cartaz britanico convocando a população às armas
para defender o país durante a 1º Guerra Mundial

Conheceremos agora um pouco mais de um dos conflitos mais sangrentos e traumatizantes da história da humanidade.

A Belle Époque

A moda feminina durante a Belle Epóque

Entre os anos de 1870 e 1914, o mundo vivia a euforia da chamada Belle Époque (Bela Época).
Do ponto de vista da burguesia dos grandes países industrializados, o planeta experimentava um tempo de progresso econômico e tecnológico.
Confiantes de que a civilização atingira o ápice de suas potencialidades, os países ricos viviam a simples expectativa de disseminar seus paradigmas às nações menos desenvolvidas.
Muitas pessoas, principalmente na Europa, acreditavam que as guerras entre as potências eram coisa do passado, que estava tendo início uma era de paz e progresso permanente. Entretanto, todo esse otimismo encobria um sério conjunto de tensões.
Teria inicio um evento que, de tamanha importância e conseqüências, seria utilizado muitas vezes como marco para balizar os eventos mais significativos do século XX, no que ficou conhecido como “era da catástrofe”.
Dentre vários fatores, podemos destacar sete que desencadearam a primeira grande guerra:

1 - Choque entre os interesses econômicos contraditórios das grandes potências

O crescimento industrial acabou acarretando crises de superprodução, o que tornava necessária a busca de novos mercados consumidores para os produtos dos países industrializados.
Além disso, a necessidade de garantir fontes de matérias primas levou as principais potencias europeias a disputarem novos territórios coloniais

2 - Colonialismo e Imperialismo

Ligado aos interesses econômicos tem-se, a partir de década de 1880, um novo período colonialista e imperialista na história mundial. Nesse novo contexto, temos um novo tipo de dominação que se sustentava nas novas tecnologias bélicas e que era realizado de forma rápida e intensivamente, por grandes extensões territoriais da África e da Ásia.
As potências europeias buscavam justificar a dominação desses continentes alegava-se, por um lado, afirmando levar a esses países dominados uma suposta civilização para essas nações que, segundo eles, eram nações atrasadas.
Outra justificativa era a afirmação de uma suposta superioridade racial do homem branco. Mesmo que informalmente,
A América Latina também foi inclusa no processo de neocolonização. Não ocorreu uma ocupação e/ou subordinação explicitamente militar, tratava-se de uma dominação em se tratando de interesses econômicos.

3 - A tardia unificação política da Itália e da Alemanha

Prédio do parlamento alemão, simbolo
da unificação da Alemanha

As principais potências imperialistas eram a França e a Inglaterra. Contudo, a tardia unificação política da Itália e da Alemanha deixou esses países de fora da partilha dos territórios da África e Ásia.
Esses países, em especial a militarista Alemanha não se contentou em ficar de fora do lucrativo empreendimento neocolonizador.
Nesse âmbito, o imperialismo consistia em um potencial ponto de atrito entre as potências europeias.

4 - Crescimento da indústria alemã

O crescimento militar e econômico da Alemanha desagradava as outras potências europeias.
A indústria alemã passava por um espetacular crescimento e no início do século XX já havia superado a França e já ameaçava a Inglaterra.
Havia um equilíbrio industrial e militar na Europa e o crescimento econômico, industrial e militar da Alemanha abalava o equilíbrio vigente, construído ainda nos idos de 1815, quando da derrota definitiva de Napoleão.
Tratava-se do surgimento de uma nova aspirante a potência hegemônica.

5 - Nacionalismo e o militarismo

O nacionalismo e o militarismo inflamavam os ânimos das nações recentemente unificadas (Itália e Alemanha), no sentido da resolução dos conflitos externos por meio da via bélica.
A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida.
De autodeterminação dos povos, os ânimos nacionalistas foram rapidamente convertidos em desejo de expansionismo e da formação de grandes nações, como a “grande Alemanha”, “a grande mão Rússia”.

6 - A corrida armamentista e a formação de grandes contingentes belicosos

Tratava-se de uma paz armada, onde os países procuravam se preparar para uma situação de conflito que parecia inevitável. Muitos, inclusive, faziam uma apologia à guerra, que nesse sentido seria encarada como algo necessário para o fortalecimento do homem, e, por consequência da nação.

7 - O pan-germanismo e o pan-eslavismo

O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.